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SEIYA E O APELIDO "MATADOR DE DEUSES"

Atualizado: 25 de mar. de 2022

Seiya ficou muito conhecido pela alcunha de "matador de deuses". No entanto, ele nunca foi chamado assim no mangá clássico nem no anime clássico. Ele realmente matou um deus (Thanatos), mas Shiryu e Hyoga também (Hypnos). De onde terá surgido esse apelido então?


A mitologia do cavaleiro de Pégaso vem desde 1990 no capítulo 110 do mangá clássico, quando Hades disse que o cavaleiro de Pégaso mitológico parecia ter renascido em Seiya para enfrentá-lo novamente. Mas ele nunca disse que o Pégaso é um matador de deuses. Seiya disse que iria matar Hades, mas conseguiu "apenas" feri-lo. Quem teve êxito nisso foi Atena, não ele.


Em Prólogo do Céu, de 2004, Tohma disse que Seiya conseguiu derrotar deuses. Provavelmente ele se refere ao fato de Seiya ter ajudado a frear as ambições de Poseidon e Hades, embora não os tenha derrotado em combate. Novamente, Seiya não foi chamado de "matador de deuses", embora aqui ele já fosse reconhecido como uma ameaça aos deuses.


Episódio G Requiem foi a primeira obra oficial a chamar Seiya dessa forma, no capítulo 23, lançado em 2022. A citação se refere tanto ao cavaleiro de Pégaso mitólogico quanto ao Seiya, simultaneamente. Mas, como se sabe, Seiya já é chamado assim muitos anos antes desse capítulo ser publicado.


Em Lost Canvas, Tenma é chamado de "matador de deuses" algumas vezes. Asmita foi o primeiro a chamá-lo assim (capítulo 27), depois foi Yohma (capítulo 164) e, por último, Partita (capítulo 188). Em todos esses casos eles se referiam à mitologia do cavaleiro de Pégaso, à alma do cavaleiro mitológico existente em Tenma, e não ao Tenma especificamente. O capítulo 27 de Lost Canvas foi lançado em março de 2007 e retratado em anime em dezembro de 2009, no episódio 7.


Provavelmente o que se afirmou em Lost Canvas sobre a mitologia do Pégaso - em uma época que muitos acreditavam ser uma obra canônica - acabou soando como um complemento para o que havia sido dito sobre Seiya na saga clássica e em Prólogo do Céu. A partir de 2012, com a participação destacada de Seiya em Ômega, o apelido se popularizou. Procurando por "matador de deuses", "assassino de deuses" ou "asesino de dioses" (espanhol) na internet, praticamente só se encontra resultados relacionados ao Seiya a partir de 2012.


Ainda em Ômega, é Kouga quem é chamado de "matador de deuses" o tempo todo na segunda temporada (episódios 52, 56 e 58). Mas Saturno de fato diz que Seiya enfrentou (episódio 95) e derrotou (episódio 96) vários deuses. Além disso, Geki diz que a armadura de Pégaso venceu deuses desde as eras mitológicas (episódio 53), se referindo à mitologia do cavaleiro de Pégaso.


No jogo Saint Seiya Ômega Ultimate Cosmo (2012), Kouga fere o rosto de Poseidon e o deus dos mares o chama de "Pégaso matador de deuses". No entanto, Poseidon provavelmente não se referia a Kouga e sim à mitologia do cavaleiro de Pégaso. A história do jogo se passa durante a saga de Marte, que nem havia terminado ainda quando ele foi lançado. Àquela altura, Kouga ainda não havia matado deus algum.


Entretanto, o jargão "matador de deuses" já existia na franquia antes de Lost Canvas e Ômega. O primeiro mangá a usar esse termo foi o Episódio G, lançado em 2002. Mas não para Seiya e sim para Saga e Aiolia. No começo, Cronos disse que Saga tinha o destino de matar um deus (capítulo 1). Posteriormente, disse que Saga era como ele, um homem que mata deuses (capítulo 31). E Pontos tentou transformar Aiolia em uma besta diabólica com o intuito de se tornar um matador de deuses (capítulo 43).


A expressão é relativamente comum na cultura pop, e em Saint Seiya não é diferente. E é sabido que ela era usada para se referir a Seiya há muito tempo. Em uma relíquia de 2003 que se perdeu na internet (o link morreu), houve um bate-papo no UOL com Eduardo Vilarinho (CavZodiaco) e um dos participantes disse que Seiya era conhecido como "matador de deuses".


O possível gatilho para a atribuição desse apelido a Seiya não deve ter sido Thanatos (1990 no mangá; 2008 no anime), e sim Éris e Febo Abel nos filmes clássicos da Toei. Em especial Febo Abel, do filme A Lenda dos Defensores de Atena (1988 no Japão; 1995 no Brasil, redublado em 2007), que alegava ter sido enviado pelos deuses e fez um marcante discurso sobre Seiya conseguir matar um deus. Muitos fãs ainda levavam os acontecimentos dos filmes a sério na época em que foram lançados, e às vezes até hoje. É fácil atribuir a alcunha de "matador de deuses" a Seiya nas décadas de 80 e 90 quando se vê o personagem de fato matar deuses nos filmes.

 

Resumindo, Seiya deve ter recebido esse apelido dos fãs inicialmente por causa dos filmes, em particular A Lenda dos Defensores de Atena e Prólogo do Céu, embora eles não o tenham chamado assim. Quando o termo foi explicitamente atribuído a Tenma de Lost Canvas, em função do Pégaso mitológico, ele se tornou realmente popular e foi estendido a Seiya. A grande participação de Seiya em Ômega fez o apelido explodir em popularidade. O conjunto Abel + Hades + Prólogo do Céu + Lost Canvas + Ômega foi o responsável por conferir a Seiya um apelido que ele não havia recebido em lugar nenhum.



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