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  • Foto do escritorcasadeserpentario

A FORÇA E A JUSTIÇA

Atualizado: 19 de mar. de 2022

No mangá clássico, Afrodite, Shura e Máscara da Morte apoiaram Saga através do conceito "a força é a justiça". Mas, apesar desse conceito em comum, suas visões de mundo eram um tanto diferentes. Vamos entender o que cada um pensava realmente. Os capítulos que explicam suas visões são o 42, o 40 e o 28, respectivamente, mas algumas passagens da Enciclopédia também são relevantes.


Afrodite acreditava que era necessário um grande poder para manter a paz na Terra. Ele se manteve fiel a Saga porque, até aquele momento, a paz no mundo estava sendo garantida graças ao seu poder. Conforme ele mesmo diz: "O que a jovem Atena poderia fazer? Foi o Grande Mestre quem manteve a paz neste mundo". A força é a justiça porque, sem ela, não há como manter a paz. A Enciclopédia menciona que "seu propósito de manter a paz na Terra é igual ao de qualquer outro cavaleiro".


Shura era desiludido em relação à humanidade. Ele pensava que todas as pessoas lutavam apenas em benefício próprio. Por isso, ele não se importava com o fato de o Grande Mestre controlar o Santuário da forma que fez. Como Shura disse: "Pensei que, mesmo o Grande Mestre sendo maligno, se ele usasse seu poder, algo de bom poderia acontecer. Achei que somente os fortes, os vitoriosos, pudessem se justificar". A força é a justiça porque, no mundo atual, ninguém luta por causas maiores do que si próprio. De acordo com a Enciclopédia, Shura "acreditava que a força poderia transformar até o mal em justiça".


Máscara da Morte acreditava que "a definição de bem e de mal pode mudar com o passar do tempo". Os atos do Grande Mestre poderiam ser considerados malignos naquele momento, mas seria ele quem escreveria a história caso vencesse. A força é a justiça porque quem define o que é justiça são os mais fortes.


No caso de Máscara da Morte, é interessante lembrar de seu combate contra Shiryu no Yomotsu. Sua armadura o abandonou na reta final daquela luta (capítulo 33), mas nunca o havia abandonado antes. Nem quando eles se enfrentaram na Casa de Câncer, nem quando se enfrentaram nos Cinco Picos (e Máscara da Morte tentou matar Dohko), nem em qualquer uma das inúmeras mortes que ele causou ao longo dos anos e se orgulhava tanto delas que pendurou as cabeças das vítimas nas paredes da Casa. Pode-se entender que a armadura não o abandonou porque Máscara da Morte fez tudo isso realmente acreditando que estava do lado da justiça, ainda que em uma visão distorcida dela.


O problema é que Máscara da Morte também sentia prazer na matança. Quando ele debochou das almas que ele havia matado e se divertiu ao derrubá-las no buraco do Yomotsu, Shiryu começou a questionar como ele poderia ser um cavaleiro de ouro se não havia justiça nele. E quando sua tentativa de atingir a perna do cavaleiro de Cãncer falhou, devido à proteção da armadura de ouro, ela decidiu abandonar Máscara da Morte por vontade própria. O seu desejo de sangue havia superado o seu senso de justiça. Conforme diz a Enciclopédia, ele havia ignorado os princípios da justiça.


Interessante também notar como o anime adaptou o diálogo entre Máscara da Morte e o Mestre Ancião a respeito da justiça. O mangá focou na visão pragmática e "cinza" que o canceriano tinha do assunto, associando justiça ao poder. Já o anime focou na visão de Dohko, que seria a visão idealista e mais "preto e branco", associando justiça ao bem. E ambos usaram exemplos de exércitos sanguinários da história humana para justificar seus posicionamentos. Para Máscara da Morte, a existência deles prova o seu ponto; para Dohko, a queda deles mostra o seu ponto.

  • Mangá:

A definição de bem e de mal pode mudar com o passar do tempo. A própria história prova isso! Ou por acaso você não conhece a justiça dos nazistas ou do exército japonês? As ações do Grande Mestre podem ser malignas agora, mas amanhã serão justas.
- Imbecil! A verdadeira justiça se mantém inabalável, por mais que o tempo passe!
  • Anime:

- As definições de justiça mudam com o passar do tempo, isso é uma coisa que a história já provou. O que Ares pretende fazer agora pode ser diabólico... mas, vencendo, ele será o justo. Ou seja, Mestre, o errado pode se tornar o certo. Se o senhor perder, o injusto passa a ser o senhor. Está entendendo, Mestre Ancião?
- Seu tolo! A injustiça nunca se torna justiça. E é a própria história humana que prova que isso é verdade. Os impérios que possuíam exércitos poderosos foram derrotados e sumiram do fluxo da história. Esse é o destino das forças do mal. O mal nunca deixará de ser o que é. E o bem é uma coisa que não muda, por mais que o tempo passe. Ninguém pode alterar essa verdade nesta grande correnteza da vida.
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