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A LENDA DO CONTINENTE MU

Atualizado: 18 de ago. de 2022

Segundo o Hipermito, as armaduras do exército de Atena foram criadas por alquimistas de um continente chamado Mu, que submergiu durante a Gigantomaquia. Admite-se que Mu de Áries seja um descendente do antigo povo desse continente.


Na "vida real", o suposto continente Mu foi proposto por Augustus Le Plongeon no século 19. Ele alegava que várias civilizações - como egípcios e maias - descendem de refugiados de Mu. O continente se localizaria no Oceano Pacífico, sendo cortado pela linha do Equador, perto de onde hoje é o Havaí. Como se vê, o continente Mu de Saint Seiya é diretamente baseado no que Augustus Le Plongeon propôs.


O termo utilizado para descrever tanto o povo quanto o idioma de Mu é "naacal", que aparentemente significa "elevado", "grandioso", etc. Muito mais cômodo é o termo "muviano", que é outra forma de se referir ao idioma falado no continente e poderia, por simplicidade, ser estendido para também se referir ao povo. Shion, Mu e Kiki são descendentes do clã de Mu - ou seja, são muvianos. Porém, esses nomes nunca foram mencionados em Saint Seiya.


Muitos fãs da franquia estão mais familiarizados com o continente Lemúria, inclusive se referindo à raça de Shion como "lemurianos". Lemúria é um outro suposto continente perdido, proposto pelo zoólogo e biogeógrafo Philip Sclater, que estaria localizado no Oceano Índico, ligando a Índia a Madagascar. Seu nome vem de lêmure, aquele primata típico de Madagascar.


Não apenas Mu e Lemúria são continentes diferentes no mundo real (lembrando: eles não existiram de verdade), mas também nunca houve qualquer menção a Lemúria em Saint Seiya, em nenhum material existente. Possivelmente algumas pessoas interpretaram as lendas dos continentes Mu e Lemúria como sendo a mesma, ainda que não sejam, e isso foi erroneamente carregado para Saint Seiya pelos fãs. Mas se a obra diz que o continente se chama Mu, não há por quê chamá-lo por outro nome.


Conforme o Hipermito, o último resquício de sua existência é a Ilha da Rainha da Morte, situada no Oceano Pacífico, abaixo da linha do Equador. Curiosamente, existe atualmente um arquipélago chamado Ilhas Fênix, pertencente à República do Kiribati. Coincidência ou não, essas ilhas também são localizadas no Oceano Pacífico, pouco abaixo da linha do Equador.


Pouco foi revelado sobre o continente Mu ou mesmo seus antigos habitantes. Sabe-se, graças à coleção Tokumori, que aquelas marcas que Shion, Mu e Kiki possuem são suas sobrancelhas evidenciando que eles descendem do clã de restauradores de armaduras.


Uma informação muito difundida dentre os fãs seria a de que essa raça tem maior longevidade, o que explicaria como Shion viveu por 243 anos sem depender do misopetha-menos como Dohko. Acontece que não existe comprovação alguma disso. Pelo contrário, a explicação oficial presente na Coleção Tokumori nada tem a ver com os muvianos. Segundo o próprio Shion: "Para homens comuns, não é estranho viver em torno de 100 anos. Para mim, que sou um cavaleiro, não haveria nada de estranho em chegar a 200 anos ou mais. Eu, mesmo com a minha idade, sempre planejei manter o espírito dos tempos de juventude. Bem, mesmo que você se sinta jovem, nada impede que sua força física se enfraqueça... Se eu fosse um pouco mais jovem, jamais teria perdido para Saga". Ou seja, provavelmente é o domínio do cosmo - e, no caso de Shion, do sétimo sentido - que lhe permite viver muito mais do que um ser humano comum.


E, tecnicamente, a saga clássica já havia indicado isso. Shion não sabia que Dohko estava sob o efeito do misopetha-menos, mas não estranhou o fato de ele ainda estar vivo. Se fosse impossível viver 261 anos naturalmente, Shion deveria ter questionado como Dohko não havia morrido ainda. Mas isso não aconteceu.


Vale mencionar que a Enciclopédia Oficial reforça a ideia de que a idade avançada é prejudicial para um cavaleiro: "Se ele [Shion] não tivesse a desvantagem da idade, provavelmente Saga não teria conseguido matá-lo". É possível que essa regra só valha para o cânone de Saint Seiya, já que outras obras mostram cavaleiros com idade muito avançada e mesmo assim muito poderosos, como Sage e Hakurei em Lost Canvas.


Daí você pode perguntar: mas então para que serve o misopetha-menos? A resposta está no próprio texto. Sem o misopetha-menos, nada impede que a sua força física se enfraqueça; com o misopetha-menos, você pode voltar à sua forma original e recuperar sua força. Além disso, mesmo que os homens comuns possam chegar a 100 anos, nós sabemos que na maioria das vezes isso não acontece. Da mesma forma, um cavaleiro pode chegar a 200 anos ou mais, mas deve haver uma chance muito grande de isso não acontecer. E Dohko tinha a obrigação de sobreviver por mais de dois séculos, pois ele precisava vigiar o selo.


No entanto, no capítulo 53 de Next Dimension, Dohko questionou como ele poderia viver por 200 anos. Sendo isso algo natural de um cavaleiro, talvez ele não devesse ter essa dúvida. Pode ser que essa informação simplesmente não seja tão conhecida pelos cavaleiros, pois a imensa maioria deles morre muito cedo. Pode ser que apenas alguns cavaleiros, como Shion, consigam usar seu domínio de cosmo para prolongar suas vidas. Ou pode ser que isso seja indício de um retcon e futuramente se afirme que os muvianos têm sim maior longevidade. Mas enquanto isso não acontece, então eles não têm.


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1 Comment


Anderson Luiz
Anderson Luiz
May 20, 2022

Então a Gigantomachia aconteceu depois da primeira Guerra Santa, mas será que essa é a primeira Gigantomachia que aconteceu na era mitológica ou seria a segunda, já que os Gigas lutaram contra os cavaleiros e Atena e não contra os deuses do Olimpo?


Agora sobre Dohko, pode ser que simplesmente um recém cavaleiro ouro não manjava desses paranauês ainda e provavelmente só os cavaleiros mais experientes em domínio do cosmo que consigam viver tanto assim.

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